Governador Carlos Moisés pode acabar com o futuro de Navegantes

O projeto de construir um canal extravasor em Navegantes tem mais de 30 anos, tendo ficado parado no governo de Raimundo Colombo, por achar muito polêmico e com consequências imprevisíveis, entretanto esse atual governo reativou rápida e silenciosamente o estudo que no final transforma Navegantes em um dique do Rio Itajaí-Açu.

Mais de 2% do território de Navegantes seria afetado por essa obra faraônica projetada para levar ao mar uma vazão equivalente a das cataratas do Iguaçu no período de cheias (1.600 m3/s).

Além do canal de mais de 1.350.000m2, estão previstas outras obras, como a construção de 5 enormes pontes com mais de 21 m de altura e 500m de extensão sobre as principais avenidas da cidade (beira-mar, geral pref. Jose Juvenal Mafra, radial e geral das pedreiras) além de outra ponte sobre a BR 470 com quase 1 km de extensão. Também está prevista a construção de 2 molhes de 800m de comprimento cada, em frente ao loteamento terras de Navegantes, na saída do canal extravasor.

O prazo mínimo para a realização dessa obra seria de 3 anos, ou seja, essa obra, se sair, vai demorar mais de 10 anos para ficar pronta (lembre-se da 470). Se antes da conclusão tivermos outra enchente como a de 2008, com o canal já cavado, mesmo parcialmente, a força da água arrasaria o bairro meia praia, a BR-470 e as avenidas beira mar, geral pref. Jose Juvenal Mafra, radial e geral das pedreiras, transformando Navegantes como ocorreu em Mariana e Brumadinho, só que muito mais grave pois a velocidade da água é 20x maior que a velocidade da lama.

O coração desse sistema é o controle de comportas instaladas na barragem de entrada do canal e seria de responsabilidade de Navegantes. Qualquer sistema elétrico mecânico pode dar problemas, mas as consequências catastróficas seriam para nosso município, ressaltando que no Brasil ocorrem em média 3 acidentes com barragens por ano.

Outro problema, segundo o projeto apresentado, é que esse conjunto de obras somente seria capaz de desviar o enorme volume de água previsto, se também fossem dragadas as margens e o fundo do rio Itajaí-Açú, ou seja, se não existir a constante manutenção da dragagem, inclusive no trecho utilizado pelos portos aumenta a possibilidade de inundações em Navegantes.

O estudo apresentado para aprovação da FUMAN não prevê a existência de marés meteorológicas (ressacas) junto com as enchentes que ocorrem em 70% dos casos, o que, segundo estudos realizados pela UNIVALI, reduz a eficiência desse projeto megalomaníaco em 30% a 70 % e mais, existe inclusive a possibilidade de que o mau dimensionamento das obras estruturais pode causar enchentes e inundações muito mais catastróficas.

O assunto é tão grave, imaginem desviar as cataratas do Iguaçu para o meio da cidade de Navegantes sem ter certeza que esse sistema vai funcionar 100 %. É, em última análise, isso que essa obra quer fazer.